27 de novembro de 2008
:: ENTREVISTA ::: HENRIQUE ABREU :::
1 - Qual foi o seu primeiro contato com a propaganda? Por onde você já passou?
Sempre gostei muito de comerciais de TV e também de fotografia. Quanto estava em frente à telinha, meu horário predileto eram os intervalos. Com a fotografia, tive um contato muito próximo com o tio de um amigo meu que é fotógrafo em São Paulo. Sempre quando ele viajava para minha cidade, levava muito material bacana. Principalmente de “STILL” e muita coisa de moda. Por onde passei? Eu sou gaúcho, me criei nos “Pampas”. Lá iniciei na extinta ICONEWEB, em meados de 2001. Depois, Art/Meio, Mídia 1 e Pubblicitá. De lá, parti para a DPZ em São Paulo, onde aprendi muito do que conduz meu trabalho. Retornei ao RS para terminar os estudos e daí surgiu o convite de Stalimir Vieira, pra ir pra Intertotal, em Caruaru. Lá fiquei 1 ano e depois vim para a Dois.a, onde estou.
3 - Qual foi e como você se sentiu com seu primeiro trabalho?
Por incrível que pareça, foi um anúncio para os cursos do SENAI. P/B em página de classificados. O título eu lembro até hoje. Era época de carnaval, ae saiu: Nesse carnaval, entre para o bloco dos bem-sucedidos. Hehehe. Como eu me senti? Senti um friozão na barriga, mas com muita curiosidade e o que é mais importante, muita vontade de aprender. Na real, me senti bem demais. Fazendo o que gostava.
4 - Com tantas ofertas no mercado, como fazer uma propaganda diferenciada?
Propaganda é coisa séria demais. Em tempos de verbas curtas e prazos que quase não existem, você precisa planejar, estudar o ambiente, o perfil do seu público e aí sim direcionar a mensagem. Não dá pra brincar. Sigo um princípio que julgo ser muito importante. O de que uma idéia precisa ter simplicidade, relevância e consistência. Aí não tem erro.
5 - Qual foi a campanha mais difícil que você já criou?
A da Campanha do Agasalho de 2005, para o Governo do Estado de São Paulo. Difícil pelo fato de estar em uma agência muito grande e precisar atender muitas exigências tendo pouco tempo de mercado. Me lembro do dia da fotografia como se fosse hoje. Do meu lado, Robinho, Rogério Ceni e mais algumas personalidades do esporte. A pressão foi grande.
6 - Hoje, a maioria dos estudantes de publicidade e propaganda quando ingressam na faculdade optam para a área de criação, como você vê isso? Como as agências estão se comportando com tanta procura de espaço pelos estudantes?
O mercado tem muitos profissionais disponíveis. Mas, pelo que incrível que pareça, falta mão-de-obra qualificada. Acredito que isso se deva pelo fato de que muitos aspirantes na profissão procuram qualificação só depois de formados. Mas diploma não é tudo. Também é muito importante fazer estágios e participar do meio desde o começo dos estudos. Em relação a espaço, ele sempre vai existir para quem tiver persistência, dedicação e talento, é claro.
7 - O que você considera necessário, hoje, para um portfolio ideal?
Idéias que se sobreponham a qualquer regra ou formato. Trabalhos bem cuidados, com sacadas inusitadas.
8 - Para finalizar. Que palavra você deixaria para os futuros publicitários e até mesmo para os mais
experientes?
Busquem qualificação, referências fora da propaganda e sempre os caminhos criativos mais inusitados. Ousem. Dêem a cara a bater e não desistam, pois o caminho e a luta do dia-a-dia não é fácil pra ninguém.
Câmbio desligo.